O fluxo de caixa indireto é um tema essencial para quem gerencia um negócio e busca entender melhor a saúde financeira da empresa.
Apesar de parecer técnico, esse tipo de fluxo pode ser mais fácil de aplicar do que muitos imaginam, principalmente se for bem estruturado.
Entender esse modelo também é uma forma de alinhar os relatórios internos com padrões contábeis usados em auditorias e balanços empresariais.
A seguir, explicamos os principais pontos do fluxo de caixa indireto e como você pode aplicá-lo. Acompanhe!
O que é fluxo de caixa indireto?
O fluxo de caixa indireto é uma metodologia usada para apurar o fluxo de caixa operacional de uma empresa, com base no lucro líquido apresentado no demonstrativo de resultados.
Em vez de registrar as movimentações financeiras à medida que ocorrem, como no método direto, o indireto parte do lucro e ajusta esse valor com base em elementos que não representam movimentações de caixa reais, como depreciação, amortizações e variações de capital de giro.
Ou seja, o fluxo de caixa indireto reverte e ajusta dados contábeis para mostrar a realidade do dinheiro disponível em caixa.
Ele é amplamente utilizado em relatórios financeiros, especialmente por empresas de médio e grande porte.
A principal vantagem está na capacidade de conectar o resultado contábil ao fluxo financeiro, ajudando a identificar inconsistências e antecipar decisões mais acertadas para o negócio.
5 diferenças do fluxo de caixa indireto e direto
Uma das grandes dúvidas de quem começa a lidar com finanças empresariais é entender a diferença entre os dois métodos.
Base de cálculo
O fluxo de caixa indireto difere do direto por sua base de cálculo. No direto, o controle é feito com base nas entradas e saídas reais de dinheiro, diariamente ou semanalmente.
Já no indireto, como vimos, o ponto de partida é o lucro líquido contábil, ajustado por itens que não afetam o caixa.
Isso torna o fluxo de caixa indireto mais próximo de relatórios contábeis formais, como o Demonstrativo de Fluxo de Caixa exigido em balanços financeiros.
Complexidade
Outra diferença relevante está na complexidade. O direto é mais simples de elaborar para negócios pequenos, enquanto o fluxo de caixa indireto se mostra mais técnico e alinhado a práticas gerenciais e de governança corporativa.
Observação da influência de elementos externos
Além disso, o indireto permite observar a influência de elementos como estoque, contas a pagar, contas a receber e investimentos.
Já o método direto foca exclusivamente no dinheiro que efetivamente entrou e saiu do caixa.
Uso prático
Outro ponto de destaque é o uso. O fluxo de caixa indireto costuma ser exigido por investidores, auditorias e conselhos fiscais, por traduzir melhor o desempenho contábil da empresa. Já o direto é mais interno e operacional.
Longo e curto prazo
Por fim, o indireto facilita a análise de performance de longo prazo, enquanto o direto oferece uma fotografia mais imediata da saúde financeira do negócio.
Confira como fazer fluxo de caixa indireto passo a passo
Comece pelo lucro líquido do período
O ponto inicial do fluxo de caixa indireto é sempre o lucro líquido apresentado na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Esse número representa o lucro contábil da empresa, ou seja, após todas as receitas e despesas do período.
É a partir desse valor que começam os ajustes para identificar o que, de fato, influenciou o caixa. Esse dado é essencial para dar base a todos os próximos passos do fluxo.
Ter esse número corretamente apurado e atualizado é o primeiro indicativo de que o fluxo de caixa indireto será bem executado.
Ajuste as despesas e receitas que não afetam o caixa
No segundo passo, é necessário ajustar o lucro com elementos que não representam movimentações financeiras reais.
Um bom exemplo são as despesas de depreciação de máquinas, que afetam o resultado contábil, mas não o caixa.
Assim, o fluxo de caixa indireto ganha mais precisão ao eliminar distorções. Nesse momento também entram amortizações, provisões, baixas contábeis e reversões de ajustes anteriores.
Essas correções ajudam a montar um retrato financeiro mais fiel da operação da empresa ao longo do período.
Inclua variações do capital de giro
O terceiro passo do fluxo de caixa indireto envolve o capital de giro. É preciso observar mudanças no volume de contas a receber, estoques e contas a pagar. Aumentos ou reduções nesses itens impactam diretamente o dinheiro em caixa.
Por exemplo, se há um crescimento nas contas a receber, significa que a empresa vendeu, mas ainda não recebeu, o que reduz o caixa no curto prazo.
Já uma alta nas contas a pagar pode indicar que o caixa foi preservado por adiar pagamentos.
Esse ajuste é crucial para que o fluxo de caixa indireto retrate o verdadeiro saldo disponível da empresa.
Subtraia investimentos e aplicações financeiras
Agora é hora de ajustar o fluxo com base nos investimentos realizados pela empresa.
O fluxo de caixa indireto deve considerar a saída de recursos para compra de ativos fixos, aplicações financeiras e outros investimentos.
Mesmo que essas movimentações não afetem o lucro contábil, elas têm impacto real no caixa. Portanto, precisam ser descontadas do saldo ajustado para que o cálculo seja coerente.
Esse passo também permite observar se o caixa está sendo bem gerido ou se há risco de falta de liquidez futura.
Finalize com o saldo operacional real
Depois de todos os ajustes, o fluxo de caixa indireto vai apontar o saldo operacional real do período. Esse valor representa o dinheiro efetivo gerado (ou consumido) pela operação da empresa, considerando tudo o que foi ajustado.
Esse saldo é fundamental para a tomada de decisão de gestores e investidores. Ele mostra se o negócio é capaz de se manter sozinho ou depende de financiamento externo.
Assim, o fluxo de caixa indireto cumpre seu papel: transformar dados contábeis em indicadores práticos de gestão e performance financeira.
Com essas etapas bem aplicadas, o controle financeiro da empresa ganha mais robustez, segurança e transparência. E esse tipo de fluxo se torna um grande aliado estratégico. Até a próxima!
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